Olho-te pela janela de sal, vidros partidos... e se ontem fosse hoje, cada palavra esquecida era dita.
Colo-te com agulha e linha vermelha, relembro o que vais dizer e arranco o colar que me rasga as costas.
Sussurro-te palavras carregadas de verdade enquanto estremeço na tua pele. Cada canto do teu mundo é um prazer brutal. Vejo-me nos teus olhos feitos de mel e estou perdida sem a tua voz.
Vamos tentar, digo eu.
O meu corpo grita pelas tuas mãos, colo-te agora ou fico partida para sempre.
Porque te tenho longe?
Porque te tenho longe?
Não te ouço, não te vejo, não te cheiro, não te sinto, não te consigo colar a mim... vagueio pelo escuro, bato na cadeira e corto-me no vidro, lágrimas que escorrem. Vamos tentar?
Amar cada vontade nossa e sentir o vento.
Cobrir-me de ti, trazer-te para dentro de mim e ser feliz... num dia chamado hoje.
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